Já andaram me dizendo por aí que meu problema é pensar demais. Mas pensando assim direitinho acho que não. O grande fardo que eu carrego comigo é o de compreender demais. E aí não sei se este é causa ou conseqüência do primeiro. Ou se ele é ainda à parte de tudo.
Eu, de pequena, já tinha aquele olhar cansado, triste de quem compreende as coisas. Eu era criança e compreendia os adultos. Mesmo sem saber. Eu não sabia.
Nas festas de família, ora brincava e brincava com os inúmeros primos e primas, ora ficava no cantinho, calada e tímida - como eu costumava ser - quase imperceptível, observando. Observar sempre foi uma atividade que me dei ao luxo de praticar. E aí também já não sei se isto é causa ou conseqüência do primeiro ou do segundo.
Era muita observação para uma cabeça de menina e as coisas às vezes não faziam lá muito sentido. Mas ainda assim eu compreendia.
De pequena, vi vez ou outra como os adultos mentem feio. Eles acham que as crianças não percebem. Algumas mesmo não. Estão ocupadas demais em bonecas e bolas-de-gude. Mas algumas percebem sim. Diria mais: Sentem. Pior pra estas.
Sobre compreender demais eu digo: olho por vezes pessoas que nunca vi antes em vida - ou em morte - e compreendo-as.
Compreendo os olhares, as angústias, a pressa.
E aí suspiro. Ao compreender os outros, me incompreendo. Crio mais e mais dúvidas e questionamentos. E fico
cheinha de incertezas.
E digo mais:
Compreendo não porque me acho esperta ou coisa assim.
Compreendo assim como falo, só por não saber.
Eu não sei, e compreendo então. Com uma doçura que nem parece ser de mim. Não sabendo, compreendo muito mais. É uma compreensão livre, que vai por si só.
Também sei que nunca tive grandes dificuldades em perdoar pessoas. E mais uma vez não sei se isto é causa, conseqüência ou que porcaria é isto. Engraçado que já perdoei pessoas sem elas nunca saberem que precisavam do meu perdão. E talvez nem precisassem. Mas eu perdoei. Só pra vida nascer assim mais limpa. Mais leve.
Pra quem tem suas incertezas na vida, até que descobri algumas verdades - só por assim dizer. Mas te digo - só por precaução - não confia muito não tá?! É que eu sou uma pequena mutante.
Guarda essas verdadezinhas como se fossem segredos. Que é pra elas perdurarem inocentemente enquanto quiserem existir. Sem peso, sem culpa, sem nada.
quinta-feira, agosto 11, 2005
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2 comentários:
=O
Tá.
Que absurdo.
Que absurdo.
Tudo isso.
Tãaaao lindo.
Tão, tão, tão, tão lindo.
Que vento é esse que te sopra aos ouvidos?Ou é uma luzinha que vem de dentro e vai tomando tudo sem que percebas?Como, me diz, como falas da alma e à alma com tal destreza?Como se fosse uma coisa fácil, tarefa praticada desde do berço...Ah!Mas era.
Você é tão bonita Tainá.E eu fico tão feliz de poder desfrutar.
Fora aos mistérios que ficam no ar(ainda bem!), comuns à nós, a compreensão é mutua.=)
Um beijo bem grande.=*
(*Depois a gente tem que compilar isso tudo e publicar, porra.;D)
poxa taina em sei o q dizer
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