segunda-feira, setembro 12, 2005

Ela era uma mulher. Mas uma mulher com toda a dignidade, orgulho e grandeza que essa palavra alguma vez ousara ter. Ela soube ser uma mulher. Coisa que não se aprende, não se ensina. Coisa que não é fácil nem difícil. Coisa que se é. E ela era uma mulher. Mais precisamente Isadora e como merecia esse nome! Nome forte, marcante, e de uma beleza escondida. que é só pra assim se ter mais gostinho de descobrir. Ela era assim. E era também Isa e Dorinha, e era tão bom poder também sê-las!
Ao olhar-se para ela, algo nos revelava: Uma Mulher.
Poderia ter barba, bigode ou cavanhaque; usar vestidinho pueril ou lacinho no cabelo; cabelos brancos ou qualquer ruga senil; e até mesmo fucinho de cachorro, escama de peixe. Nada nos fazia descrer da Mulher que havia nela, que era ela.
Talvez um cheiro, um gosto, um sentimento qualquer. O que nos dizia?
E de que isso valia? Se no final das contas ela seria mulher de todo jeito - daquele jeito. Odiosamente mulher.

Um comentário:

Maíra Egito disse...

Cheio de elegância, e ainda assim, simples.Belo!

É sempre emocionante te ver desabrochando assim Tá, botando as palavras pra fora, sendo escritora/poetisa/contista, desabrochando assim que nem Isadora deve ter desabrochado um dia...

(Mas eu hei de confessar que o "odiosamente" me surpreendeu um pouco.)

=)*