quinta-feira, agosto 03, 2006

um quê de

- Que bonito!, ela disse.
- é pra você, ele completou.
- não precisava.
- não seja ridícula. sem essas convenções.
- mas é que é lindo.
- é pra você.
- nem sei o que dizer.
- melhor assim.
- olha, muito gentil da sua parte, sabia?
- aceita e pronto, menina.
- tá, vou guardar. vou colocar num lugarzinho lá no meu quarto. assim que eu puser os pés lá.
- como tu preferir. afinal, é teu agora.
- porque me desses?
- não gostou?
- não, digo: é lindo, já te disse. me transmite uma coisa boa.
- ah, é?
- foi o que eu senti.
- ...
- olha, quando é teu aniversário?
- já passou.
- ahh, tsc. que pena.
- ...
- não vai perguntar por quê?
- porque?
- queria te dar uma coisa bonita assim também.
- de novo essas convenções.
- não. mas é que eu achei que seria divertido.
- é? digo: seria?
- não faz mal, existem outras datas oportunas pela frente. que dia é hoje?
- terça. olha, vou descer na próxima.
- já?
- é, falei que era perto.
- tá bom, então dá aqui um abraço. já agradeci, né? o presente. lindo, lindo. vou guardar com carinho, viu? vou sempre lembrar de você.
- não precisa.
[ em mim, aqui dentro,
você dizia assim:
- eu preciso sim. eu preciso lembrar de você a todo momento pra minha vida inteira fazer algum sentido.
e volta cá. não usa essas palavras secas. não vai assim.
que eu te dou o que você precisa pra ser feliz.
pronto, é essa coisa bonita que eu te dou de natal, já que teu aniversário passou. essa felicidade a dois. e é tanta que dá pra gente viver dela o resto da vida. não duvida não. espera o natal que tu vai ver que coisa linda.
tu espera? ]
- olha a parada, tu vai perder.
- eu espero.

4 comentários:

Iuri disse...

Pelo jeito esperarei até o natal também...rs.

Beijos pra ti moça.

Maíra Egito disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Maíra Egito disse...

pff.
como se consegue passar tanto tempo longe das coisas que se gosta?
sei não, a gente tem dessas maldades para com a gente, né?vai entender!

voltei aqui.quero ficar.acompanhar o mundo-tainá.certo?certo.

beijos muitos, cheios de saudade.

Frederico Machado disse...

É-me surpreendente que bons escritores sempre falam sobre presentes. Ou estranho. Sem mais...