quarta-feira, fevereiro 14, 2007

devaneiar

Não consigo ir embora
Ir-me
Deixar-me
Não me deixam
Não me deixo
O que é meu não me é
Meu vôo é chão, rasteiro e cheio de pedras
Eu gosto de mim para mim
Quem me entende não se entende
Meus olhos me falam sobre alguém
Com minhas mãos me seguro firme
Não posso ir
Quero
Quero com a boca, com as bochechas, com o sorriso
As unhas são grandes e afiadas
Não consigo-me conseguir a mim
A cabeça tão cheia de cabeças e me deixam tonta
Os cabelos são tantos e tão cheios de humores
Arranco os mais rebeldes
Há de se seguir o caminho
Esse, que não existe
Esse, que se caminha
Esse que quero
Não consigo

2 comentários:

Iuri disse...

Saudades de seus escritos,
dona moça.


E que venham descaminhos e fugas e liberdade e gozo, enfim.

:)

Anônimo disse...

como é bom vir aqui e descobrir que tem coisa nova e ler sorrindo e querer dizer mil coisas e, como vc com o caminho: não consigo.
mas tu,
tu consegue dizer =)


:*