quinta-feira, julho 06, 2006

não sabe o que quer.
e se acostuma - ela - em não saber.
de conflitos passa o mês.
por entre dias e não-dias.
meio-dias, fim dos dias.


eu abro pra ela.


ela se abre.


o meu querer - eu aprendi
é voz do inconsciente.
me acostumo então (em tão)
desconhecendo os dois.
e fico assim: num sei-que-não-sei eterno.
o que sei não sei
eu que não sei o que sei.
Absurdo.
meu viver é absurdo.
- como não morro de pesadelo?
- como meu coração já fatigado não descansa?
- como é que deus me fez para a existência?


eu não sei existir.
eu quero des-ser.

- deus, amanhã me nasce estrela?

- ou então me sê dessas coisas mais cotidianas:

pedra
mato
calçada
enfeite
sombra
sonho


e aí - se deus quiser - a vida vai me valer.

3 comentários:

João disse...

O cotidiano tira o ser humano de seu próprio eu, que não tem tempo nem espaço.

Concorda?

Ana Luisa Lima disse...

Caralho!!!

Como é que se chega a escrever assim?

Me ensina?!

Beijos.

Anônimo disse...

deus, amanhã me nasce?

eu acho q eu tb não sei existir.

posso chorar depois de ler isso?