quarta-feira, junho 25, 2008


Daqui de onde estou não vejo nada que não seja cinza, a altura me dá vertigens, talvez por isso fico aqui lembrando coisas como se fosse ontem. Foram há quantos anos mesmo? Dez, quem sabe, onze. Não importa. Não importa? Tanto que guardo na memória, fazem exatos 10 anos e 10 meses. E tento esconder como quem diz faz-tanto-tempo-de-nada-me-lembro. Mas não me desfaço de nada que seja minha vida.
Por tudo que não foi dito, porque não foi dito.
Por tudo que não foi dito, porque não houve tempo de dizê-lo.
Por tudo que não foi dito, porque não devia ter sido dito.
Por tudo que não foi dito, porque não conseguiu ser dito.
Por tantas coisas que vivemos e que hoje não sei dar nome, número, cor. Às vezes não sei nem quando vivemos e chego a pensar se realmente as vivemos.
Por tudo que não foi dito, porque dissemos.

ouve-se:
Um amor assim violento
Quando torna-se mágoa
É o avesso de um sentimento
Oceano sem água
Ondas, desejos de vingança
Dessa desnatureza
Bateu forte sem esperança
Contra a tua dureza

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